Sentei-me naquela esplanada
Com um livro não mão.
Carregava-o comigo há alguns dias
E não conseguia ler
Qualquer linha.
Teimosamente continuava
Com ele nas mãos
Como se fosse uma extensão de mim.
Pedi um café
E passei os olhos pelas mesas em redor
Uma mulher bonita, sentava-se numa
Das mesas.
Olhei-a descaradamente, sem pudor
Tinha olhos azuis e cabelo curto
As mãos cuidadas, estavam adornadas
Com anéis de várias cores.
Tinha lábios pintados de vermelho
Olhei o livro que me acompanhava
Olhei a mulher inacessível
Paguei o café, acendi um cigarro.
Era tempo de partir.
Só então me dei conta
Que começara a chover
Manuel F. C. Almeida
Sem comentários:
Enviar um comentário